terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Parto não idealizado.Parto feliz e respeitado...

Três meses passados, superados os desconfortos de uma deiscência da sutura cirúrgica e de uma loca que só agora fechou, de uma lua de leite interrompida por várias mastites, pela preocupação e ansiedade de uma perda considerável de peso do meu bebé, que terminou num diagnóstico de infeção urinária, depois de tantas mensagens de carinho, curiosidades e questões quanto à minha experiência de parto, é chegada a hora de partilhar convosco a experiência do nascimento do Francisco.
Uma experiência que não tendo sido a idealizada, uma vez que não consegui um parto vaginal, foi profundamente positiva,maravilhosa, transformadora e conciliadora.

Experiência que começou às 22h do dia 20 de outubro. Num cenário nunca imaginado e ao mesmo tempo tão temido.
 Enquanto preparava o banho do filho mais velho, senti as primeiras gotas líquidas a sair de forma involuntária e em poucos minutos, a poça no chão do wc de um líquido quente e incolor confirmou. A bolsa amniótica tinha rebentado.
Quando digo um cenário nunca imaginado, refiro-me às minhas “certezas” de que esta gravidez duraria cerca de 41 semanas. Temido, porque sabia que a rotura prematura de membranas (rotura antes do início do trabalho de parto) com história de uma cesariana anterior, nos poderia conduzir a escolhas e a possíveis caminhos, que eu não desejei/desejava. Sabia perfeitamente que a premissa “uma vez cesarina, sempre cesarina” é completamente falsa. No entanto tinha perfeita consciência que as hipóteses de conseguir agora um parto vaginal aumentavam e dependiam em grande parte de um trabalho de parto e parto o mais fisiológico possível (com o mínimo de intervenções e medicação possível) que incluía obviamente um início de trabalho de parto espontâneo.
Esta rotura poderia ser (ou não) um impeditivo dessa fisiologia que tanto desejava. Por vezes ouço considerar o rompimento da bolsa amniótica, como um início de trabalho de parto. Gostaria de aproveitar e dizer que isso não é de todo verdade. Considera-se o início de trabalho de parto quando se iniciam as contrações regulares e de intensidade crescente.
Perante uma rotura deste tipo, ou seja em ausência de trabalho de parto, existem dois caminhos possíveis. Espera-se que este se inicie espontaneamente (que as contrações se instalem e aumentem gradualmente, o que na maioria das vezes acontece ao fim de 12h, dizem as estatísticas) ou se induz/provoca o trabalho de parto, através do recurso a fármacos.
Como não queria decidir/optar por uma indução, preservando assim a fisiologia do início de meu trabalho de parto, decidimos esperar. Esperar que as contrações iniciassem. Sentia-me bem, o líquido amniótico não tinha qualquer cor, sentia o Francisco mexer normalmente, como tal aguardaríamos.
No entanto, e sem confidenciar naquela altura nada com o meu marido, temi o fator tempo. Porque o risco de infeção após rotura existe, senti que a partir das 22h daquele dia o “nosso relógio” começava a contar.
Hoje a meses de distância, questiono se não seria este meu medo consciente do “relógio”, a causa de todo o bloqueio. Nunca o confirmarei…mas acredito que sim.
Preparei a mala da maternidade (quem me conhece sabe o quanto me irrita a histeria à volta da mala da maternidade e a suposta “necessidade” de a fazer com semanas de antecedência), deitei o mais velho que ficou excitadíssimo, mas que espantosamente me disse, “Mãe, hoje é dia 20, mas ele vai esperar por 22 e nascer no mesmo dia que eu”, preparei a sua mini mala para a estadia em casa de uns amigos, e de seguida, movimentei-me. Subi e desci (as imensas) escadas de minha casa, arrumei “o ninho” para que estivesse tudo impecável quando regressasse, estive na bola de Pilates durante um bom período, comi, e deitamo-nos (sabíamos que nas próximas horas/dias não teríamos hipótese de voltar a dormir “sossegados”).
A madrugada chegou e com ela chegaram também algumas contrações, pouco ou nada dolorosas e não regulares.
Decidimos que na ausência de qualquer outro sintoma/sinal, esperaríamos pela manhã para irmos até ao hospital. Nessa altura, teriam decorridas cerca de 12/14h após rotura, e como tal seria importante que ocorresse uma avaliação do bem-estar do Francisco.
E assim foi…levantamo-nos por volta das 8h, com as mesmas “contraçõezitas”, preparamos o pouco que faltava, “entregamos” o Diogo e seguimos para a Póvoa de Varzim. Durante o caminho, “reavaliamos” o nosso Plano de Parto, revimos o plano B (indução farmacológica) e o Plano C (cesariana) caso necessitássemos deles. Falamos das possibilidades que nos seriam colocadas, uma vez que continuava em ausência de trabalho de parto e da possibilidade de ouvirmos um “recado” da equipa (médica) pela decisão de termos esperado (o que maior parte considera) “tanto tempo”…
Chegamos ao hospital, por volta das 10h, fomos amavelmente recebidos pelo Obstetra, sem “recados” ou juízos, numa relação empática de esclarecimento e de recolha do consentimento informado. Após avaliação, confirmaram-se os nossos receios. 12h haviam passado desde a rotura total da bolsa amniótica e eu estava em ausência de trabalho de parto. Contrações esporádicas e de fraca intensidade, o colo uterino posterior, formado, com 1,5 cm de dilatação.
Foi-me explicado, do ponto de vista do Obstetra, a necessidade de internamento e da vigilância do bem-estar do Francisco, do protocolo instituído no serviço de antibioterapia ao fim das 18h de rotura, (pelo risco de infeção quer para a mãe, quer para o bebé) e foi-nos proposto a indução através da maturação do colo uterino com dinoprostona/Propess (um dispositivo vaginal de libertação lenta, com durabilidade de 24h). Foi-nos igualmente explicado a outra “hipótese” farmacológica (misoprostol) existente e a sua contra indicação no meu caso (o uso deste fármaco está associado a um aumento de risco de rotura uterina e de necessidade de uma cesariana emergente, em parturientes com história de um parto anterior por cesariana).
 Mas que acreditava que com a opção que me propôs iria ter “grandes chances” de conseguir um parto vaginal.
Louvo esta atitude. Soube bem ouvir aquele comentário. Soou a um incentivo e foi um sopro de confiança (que precisava naquele momento).
Prós e contras avaliados e ponderados, decidimos e aceitamos a maturação cervical, com dinoprostona, conforme proposto.
Tínhamos total consciência que esta decisão “quebraria” a fisiologia do meu trabalho de parto e como tal a “escada de hipóteses” para um parto vaginal havia descido um degrau, mas, acreditamos que iríamos conseguir.

Passamos ao internamento, e aí se iniciou uma jornada, que considero plena de felicidade, bem-estar e união! Uma jornada, num local onde nos sentimos acolhidos, acarinhados, muito apoiados e respeitados.
Fomos acolhidos pela Enfa Ilda, Parteira feiticeira*de sorriso rasgado contagiante e que será sempre “O rosto” desta minha experiência. Entre muitas palavras, guardarei com especial carinho a frase de incentivo após a primeira avaliação que fez do bem-estar do Francisco, “Sei que já passaram muitas horas, sei que a indução não era o quadro que esperavas, mas vai correr tudo bem. Estou aqui até às 20h e depois, terás “outra feiticeira” para te apoiar.
 Soube tão bem ouvir (mais) isto naquele preciso momento. Senti-me tão compreendida e apoiada.
A Enfª Ilda havia preparado meticulosamente o nosso quarto de acordo com o estipulado no nosso Plano de Parto. Luz ambiente escurecida, com recurso apenas a um candeeiro, a piscina, a bola de Pilates, um colchão no chão, um Peanuts e uma playlist (usada nas sessões de preparação para o parto pelas colegas do serviço) caso a quisesses  utilizar, uma vez que a playlist escolhida por nós para este dia estava acessível apenas com recurso a net/dados móveis (aqui está “o defeito” deste serviço, a cobertura do serviço “Wi fi utente” é péssima).
Colocamos o aroma escolhido no difusor que tínhamos levado para esse feito, lavanda (um dos aromas recomendados para aromaterapia durante o trabalho de parto e que será “O cheiro” desta doce memória), e ali naquele espaço, permanecemos deliciosas 24h a viver em pleno o meu, o possível e tão desejado trabalho de parto.

O Plano de Parto apresentado e discutido previamente na consulta de Plano de Parto foi cumprido na íntegra. Privacidade total, estivemos sempre sozinhos (eu e o pai), porta fechada, que nunca se abriu sem um pedido de permissão, sem entradas desnecessárias, sem outros profissionais que não as Parteiras, total liberdade de movimentos, sem qualquer restrição, sem soroterapia, sem monitorização contínua e quando necessária, esporadicamente (uma vez que estava sob efeito de medicação de indução, e como tal a vigilância do bem estar fetal era necessária) foi sempre possível movimentar-me pelo quarto (os cardiotocógrafos funcionam com recurso a telemetria).Fui submetida ao exame vaginal (“o toque”) unicamente duas vezes e porque assim o solicitei. Comi (e a gelatina de ananás será “O sabor” desta experiência), bebi, caminhei, utilizei o wc as vezes que precisei, dancei zumba, namorei, fui massageada pelo companheiro (e que bem sabia durante as contrações), usei a bola de Pilates, usei o colchão que me foi colocado no chão, onde em posição de 4 apoios (joelhos e mãos no chão) aliviei o desconforto das contrações. Usei a água do chuveiro para alívio dos desconfortos, uma vez que o protocolo instituído para o uso da piscina para hidroterapia, exclui casos de maturação/indução farmacológica.
Ao longo destas 24h fui sentindo bastantes contrações e algumas de intensidade moderada e desconfortáveis (não estive sob efeito da analgesia epidural durante estas 24h) outras menos intensas, mas cada uma delas foi recebida como uma bênção. Senti-me uma privilegiada pela oportunidade de estar a viver o que sempre desejei, um “trabalho de parto”.

As horas avançavam, já havia iniciado a toma de antibiótico e repetida a cada 4h, e o “nosso relógio” começou a tomar conta do meu pensamento. Não sentia evolução no trabalho de parte e o possível risco de infeção para o Francisco começou a ser uma preocupação e uma responsabilidade.
Já de madrugada pedi que me fizessem uma nova avaliação, que incluísse o exame vaginal.
Avaliação essa, que confirmou as minhas suspeitas. As contrações que apesar de desconfortáveis, eram irregulares e não estavam a ser eficazes para uma progressão do trabalho de parto. Mantinha colo posterior, agora 50% extinto, e dilatação de cerca de 3/4 cm.
Não me esquecerei do rosto e da expressão da colega Andreia ao fazer-me “este relato”. Não vi a minha, mas sinto que terá sido a mesma. Senti-me desolada.
Desabafei com ela o peso que o “relógio” me causava. Nesta altura haviam passado 32h desde a rotura da bolsa amniótica.
Conversamos um pouco sobre a situação, sobre o risco inerente, sobre que alternativas me restavam quando o efeito da dinoprostona terminasse (24h após a sua colocação), sobre as práticas obstétricas, nomeadamente do serviço, nestes casos.
Apesar de o Francisco não ter apresentado em momento algum, qualquer sinal de “sofrimento” ou de ausência de bem estar, o valor da minha análise sanguínea à proteína C reativa (uma proteína produzida no fígado que aumenta na presença de um processo inflamatório/infeção) estava elevado. Sabia que tinha que tomar uma decisão em breve.

E assim foi. Essa decisão foi-nos pedida na manhã do dia 22. A equipa médica obstétrica que entrou ao serviço, tal como prevíamos, não recomendou ou apresentou alternativas terapêuticas para continuar a maturação cervical ou a indução de contrações (ocitocina) alegando o risco associado à minha cesariana anterior. A sua proposta foi a realização de uma cesariana
Perante tal, restavam-nos dois caminhos. Aceitávamos a proposta, ou decidíamos aguardar a implementação da regularidade das contrações e o desenrolar do trabalho de parto, desta vez sem auxílio de fármacos.
Perante estes dois cenários, prós e contras mais uma vez ponderados e porque nesta altura haviam decorrido 36h após rotura, o risco de infeção era real, a espera implicava mais horas e mais horas implicava mais riscos, aceitamos.

Mesmo desejando muito um parto vaginal, não íamos correr mais possíveis riscos. Percebemos e aceitamos que a cesariana à 12 anos atrás sem qualquer razão clínica, tinha-nos conduzido a este desfecho. Que as possibilidades farmacológicas “seguras” haviam sido utilizadas. Decidimos em consciência e a cesariana foi, perante o cenário, a nossa escolha.

Desejávamos a ser necessária, conforme exposto no nosso Plano de Parto, uma cesariana respeitada, “serena” e o menos “agressiva” possível para o Francisco (se é que uma cesariana possa ser em alguma circunstâncias “pouco agressiva” para o bebé), pretendíamos pelo menos uma extração calma e as menos intervenções possíveis do Pediatra após o nascimento, e naquele momento, estavam reunidas as condições para que assim fosse.

E assim foi. O Francisco nasceu de uma “cesariana especial” (pelo menos para mim e tendo como comparação a experiência anterior).

Fui até ao bloco operatório vestida com a minha roupa e pelo meu pé, ao invés de deitada numa cama vestida com uma bata cirúrgica. Pode ser considerado um mero pormenor, mas não é, e não o foi para mim. Senti que o pormenor de nos manterem com a nossa roupa o maior tempo possível (até á entrada na sala cirúrgica e à saída da mesma no final da cirurgia) não só não nos “adoenta” naquela situação, já tão frágil, como não nos despersonaliza. Senti que respeitaram e preservaram a minha individualidade e identidade.

Presença do pai durante a cirurgia. E que crucial e apaziguador foi tê-lo ali ao meu lado a afagar e beijar a minha bochecha, naquele momento em que uma sensação indescritível de ansiedade assume o comando dos nossos pensamentos.
A sua presença no momento do primeiro choro, os seus braços que receberam o Francisco, o seu olhar e as lágrimas conjuntas que choramos ao ver aquela pessoazinha pela primeira vez, foi tão acolhedor e harmonioso.
Deveria ser expressamente proibido, proibir a presença do pai durante a cesariana.

Possibilitaram a presença do Francisco junto a mim (no colo do pai) durante algum tempo. Não fiz o contacto pele a pele, dentro do bloco, mas fizemos um longo contacto “bochecha a bochecha”.
Agradeço à Anestesista que me acompanhou na cesariana. A sua perseverança em me permitir uma anestesia loco regional (a colocação do catéter epidural para posterior anestesia foi extremamente difícil, sendo mesmo o pior momento que recordo desta experiência, e sei que teria sido mais fácil e mais rápido, para ela e para a equipa uma anestesia geral), o seu carinho e cuidado para connosco, pelo relato que nos fez do que ia acontecendo na mesa cirúrgica, pelas suas lágrimas, de “reação” às nossas e por ter diversas vezes limpo as minhas.

O Francisco não esteve sozinho, ao contrário do meu primeiro filho, separou-se de mim e abandonou a sala de cirurgia no colo do pai e só estiveram separados por curtos minutos enquanto o pai trocou a roupa que usou no Bloco Operatório.
Fez contacto pele a pele com o pai na primeira hora de vida, num momento a dois sem perturbações ou manipulações, e quando rapidamente me juntei a eles (porque pedi para não completar o tempo de total de recobro) passou do peito do pai para o meu e aí permaneceu durante horas, até ocorrer o breast crawl, a amamentação e até eu decidir vesti-lo.

O internamento decorreu de forma muito serena e respeitada, à exceção da visita médica diária por parte de Pediatria, que conclui ser caótica, não só na sua organização como na sua intervenção (prescrição de colheitas de sangue ao Francisco para despiste de rastreio séptico, pressão para a introdução do leite de fórmula por uma perda ponderal de peso de 10%)
Senti que foram 48 horas felizes em que me senti “quase em casa”.
Presença do pai contínua. A filosofia do CHPVVC é, e muito bem, considerar o pai, não como acompanhante ou visita, mas como elemento de todo o processo. Não existe uma grávida, existe um casal grávido. Como tal desde há algum tempo e após um esforço de reorganização do serviço em termos de gestão de número de camas, o pai pode permanecer, não só durante todo o trabalho de parto e parto, mas também durante todo o tempo de internamento, assim o deseje (sendo a única condicionante, para preservação da privacidade das puérperas internadas, a possibilidade de utilizar os chuveiros para a sua higiene pessoal, apenas a partir das 22h).
Privacidade total no quarto, sendo a porta do mesmo mantida fechada, conforme a nossa vontade. Pedido de permissão para entrar, em qualquer circunstância e por parte de qualquer elemento. Preocupação, respeito e cuidado em não interromper os momentos de descanso, fossem os meus ou os do Francisco. Tom de voz da equipa sempre sussurrante e luzes sempre escurecidas.
Fomos sempre tratados por todos os profissionais pelo nome próprio (ajuda o quarto/cama estar identificada com o “nome de todos os intervenientes” ;-) ). Outro “pormenor” bem representativo do respeito pela individualidade de cada casal/família, abolindo o habitual recurso à “mamã”, “papá” ou “o bebé”.
O meu filho mais velho permaneceu comigo o tempo que ele e nós decidimos, sem qualquer restrição de hora de visita, hora de entrada ou de saída.
O Francisco mamou em livre demanda, sem pressões ou rigidez de horário por parte da equipa de Enfermagem.
O seu primeiro banho foi dado em banheira Shantala conforme nossa vontade, sem horário e dia estipulado, fora de qualquer rotina ou obrigatoriedade, e no aconchego do nosso quarto.
Tudo foi, para nós, perfeito.

A nossa opção pelo CHPVVC ( Hospital PÚBLICO da Póvoa de Varzim) para o nascimento deste filho, como já o escrevi antes, esteve sempre relacionado com a excelência no cuidar que este serviço pratica (não é à toa que é considerado uma referência nacional no que concerne ás práticas obstétricas).
Tinha e tenho a certeza que só aqui respeitariam a fisiologia de um trabalho de parto e parto, que só aqui as nossas decisões seriam respeitadas, que só aqui teríamos liberdade para fazermos escolhas informadas.
Desejávamos para nosso bebé um nascimento vivido num ambiente de proximidade, personalizado, num acontecimento íntimo e familiar.
E aqui o conseguimos. E por essa razão este nascimento foi tão positivo e maravilhoso.
Precisávamos viver este nosso (longo) tempo. Precisávamos sentir que nos permitiram vivê-lo. Precisávamos de o entender, respeitar e decidir. Precisávamos viver esta experiência conjunta, enquanto casal grávido. E por isso este nascimento foi tão transformador.
EU precisava viver esta experiência, entender algumas emoções, sentir as diversas sensações. Precisava sentir-me “especial”, ouvida, apoiada e respeitada nas minhas opções. Por isso este nascimento foi tão curativo e conciliador.

Cliché ou não…EU renasci enquanto mulher e mãe.

Porque afinal…
“não me interessa o tipo de parto que tenhas, um parto em casa, uma cesariana marcada, um parto hospitalar com epidural, ou um parto no meio da floresta. Importa-me sim, que tenhas opções, que sejas apoiada nas tuas escolhas e que te respeitem” January Harshe
(Obrigada feiticeira Patrícia por me teres recordado 💓 )

Tive a oportunidade de deixar na caixa de sugestões do serviço um agradecimento escrito a toda a equipa do serviço de Bloco de Partos/ Obstetrícia e já voltei a esta “minha casa” para rever algumas destas pessoas extraordinárias e agradecer pessoalmente.
No entanto não quero deixar de o referir aqui também.
Eternamente grata a este pequeno hospital e a esta especial equipa, por me terem permitido viver esta maravilhosa experiência, por termos sido tão bem acolhidos, acarinhados e respeitados.

As memórias tão positivas do que vivi permanecerão para sempre nas nossas vidas.

Porque “gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias”. E sem dúvida, esta equipa está mudar o mundo.Bem hajam.