O Pedro e a Andreia são “um casal BragaMaterna”.
Conheci-os enquanto responsável pelo Curso de Preparação para o Nascimento do Centro BragaMaterna e desde então (fins de maio) nunca mais nos largamos. E não nos largamos, literalmente. Falamos todos os dias, desde que nos conhecemos (mesmo eu estando de férias na praia 😅 ), estive online no parto deles, estou onlie todos os dias e todos os dias recebo noticias deles (e fotos deliciosas).
O Pedro e a Andreia são um casal especial. Especial, por muitas razões e de entre elas, quero destacar uma, que, do meu ponto de vista e da minha experiência profissional de 10 anos de acompanhamento de casais, são muito difíceis ou raras de encontrar.
Conheci-os enquanto responsável pelo Curso de Preparação para o Nascimento do Centro BragaMaterna e desde então (fins de maio) nunca mais nos largamos. E não nos largamos, literalmente. Falamos todos os dias, desde que nos conhecemos (mesmo eu estando de férias na praia 😅 ), estive online no parto deles, estou onlie todos os dias e todos os dias recebo noticias deles (e fotos deliciosas).
O Pedro e a Andreia são um casal especial. Especial, por muitas razões e de entre elas, quero destacar uma, que, do meu ponto de vista e da minha experiência profissional de 10 anos de acompanhamento de casais, são muito difíceis ou raras de encontrar.
Que é o facto de serem um CASAL GRÁVIDO e por todo o seu sentir, desde vivência da gravidez, decisões, escolhas, discurso e afins ser feito e vivenciado no plural.
Sinto mesmo que nunca tive um casal tão conectado entre si durante a gravidez. O comum é, uma mulher grávida E um homem à espera que as 40 semanas passem. O comum é, um “homem empata e medroso” que não percebe/apoia/respeita/confia na sua mulher e no processo de gravidez e parto (sendo em alguns casos, “narcisista” ao ponto de decidir onde vai e como vai a mulher parir o seu filho) OU o típico e mais comum, “delegador de decisões” , “tu é que sabes” “tu é que decides” ou “tu é que estás grávida”.
O Pedro e a Andreia trabalham em equipa, e o Pedro é aquele companheiro de vida que enaltece, incentiva e empodera a “sua” grávida.
O Pedro representa o companheiro que toda a mulher merecia ter na gravidez e no parto…
O Pedro pariu com a Andreia. Não foi mero expectante, acompanhante ou afins.
E depois são um casal especial, também, por isto!
Incentivo a escreverem o seu relato de parto, assim como o faço a todos os casais com quem me cruzo, e surge esta delícia e este ato de enorme generosidade de partilha de momentos tão seus, com todos os outros casais.
Tão grata que sou pelo universo me dar a oportunidade de ver nascer estas famílias, assistir ao crescimento, de uma forma consciente, de ativistas por melhores nascimentos para todos.
Neste caso particular, não só o nascimento de uma mulher ativista, como é mais comum, mas também de um HOMEM ativista pelos direitos no parto e nascimentos mais respeitados e positivos.
A Enfª Anita, que os acompanhou no período expulsivo, escreveu-me as seguintes palavras
“São um casal incrível e foi um privilégio para mim estar com eles!!! O parto foi lindo....😍"
Eu... subscrevo na íntegra! 💝
Relato do nascimento do Simão!
"5 anos passaram desde a nossa primeira experiência de parto. Experiência que pensávamos que tinha sido quase perfeita.E dizemos "quase", porque a partir do momento em que uma enfermeira “salta” para cima da nossa barriga, deixando-nos desconfortáveis e sem respirar, da dose de epidural administrada ser tão “pesada” que nem sequer as pernas sentir e termos sido “ameaçados” com o uso de ferros por não estarmos a puxar como devia ser, perfeito deixa de fazer sentido. Por isso ficamo-nos pelo quase.
Os tempos passaram e as informações que nos faltaram antes, na primeira experiência, foram chegando e de diversas formas. Frequentamos o “Curso de Preparação para o Nascimento”, organizado pela BragaMaterna (Ana Luisa Barbara) com uma pessoa muito especial, pessoa essa que não conhecíamos de lado nenhum e que rapidamente, pela sua forma de ser e pela forma carinhosa com que nos tratou ,se tornou uma amiga para a vida, essa pessoa dá pelo nome de Patrícia Capela.
Saímos do curso pessoas diferentes, seres humanos muito mais, conscientes, informados e preparados para o que aí vinha.
E o que aí vinha, começou no dia 10 Julho pelas 20h. Algo não estava normal. Barriga dura e pressão no fundo. Essa pressão começou a ser mais ou menos regular e por volta das 23h30 decidimos ir ao hospital. Estávamos na altura com 39 semanas e 5 dias.
Banho tomado, acabamos de preparar a mala do Martim, levamo-lo a casa da avó e decidimos, “Vamos para a Póvoa”!!
Apesar de não ser a opção que tínhamos em mente até há algum tempo, optamos pelo CHPVVC, por tudo o que pessoas amigas nos contaram, pelos relatos positivos de quem ali pariu e porque os relatos consultados no Birth Advisor, nos permitiram ter a certeza de que aquele sítio seria o ideal para o parto que desejávamos, ou seja, um parto respeitado e informado.
Chegamos ao CHPVVC, fizemos a respetiva triagem, e fomos encaminhados para o serviço de urgência de Obstetrícia.
Chegados a Obstetrícia, fomos recebidos por uma Enfermeira super simpática, de rosto meigo e voz carinhosa, a “Enf. Daniela”. Avaliou a dilatação, 2,5/3cm, colo ainda grosso. Após consulta médica, e por sermos de longe, propôs internar e vigiar. Entregamos o nosso Plano de Parto nas mãos da Enfª de voz carinhosa, que foi lido pelo Obstetra Dr Amorim e que nos garantiu que seria respeitado.
E lá fomos nós, para os nossos humildes aposentos. O tempo passou e nada aconteceu. Passamos a noite, ali no nosso cantinho, sem sermos incomodados, calmos e sem desconfortos.
Chegou a manhã do dia 11 e nada aconteceu. Após novo exame vaginal, solicitado por nós, tudo se mantinha igual.
A cabeça já estava a 1000 a hora, o stress já se estava a apoderar dos nossos corpos e a ansiedade de ter o nosso Simão nos nossos braços já era tanta que, após conversa com a Enfermeira, onde expusemos os nossos medos e receios, optamos por uma pequena dose de ocitocina no soro, e aguardar evolução. O que é certo é que nada resultou. Entretanto, já com antibiótico administrado em várias doses, e por sugestão da simpática Drª Helena, optamos por vir embora e aguardar. Achamos que seria o melhor para nós e para o nosso Simão. Sabíamos que “forçar” a situação de evolução do trabalho de parto, iria acarretar riscos, e esses riscos, não queríamos correr.
Dia 13 eis que algo mudou. De manhã, a barriga dura e pressão baixa novamente, vinha acompanhada de vontade de ir à casa de banho. Decidimos aguardar a evolução.
Durante a tarde foi ficando tudo mais regular 8/8min, apesar de sem dor. Ao fim do dia, decidimos novamente ir ao hospital e sermos reavaliados novamente.
Deixamos o Martim na avó e seguimos caminho para a Póvoa.
Ao chegarmos fomos recebidos novamente pela Dr.ª Helena, colocamos as cintas e tudo parou, pensamos nós, “outra vez não”!! Nada de contrações.
Após o exame vaginal, 2,5/3cm, colo posterior, 30% extinto. Ou seja, quase tudo igual à dois dias. Fizemos ecografia e a Dr.ª Helena, detetou uma diminuição significativa de liquido amniótico. Explicada a necessidade de internamento e sugerida a retoma de indução, desta vez, através de comprimido vaginal, aceitamos, e logo tivemos a noção que o nosso plano de parto teria de ser alterado.
Entre mudanças de turno apareceu-nos (mais) um “anjo na terra”, a Enf. Élia. As contracções começaram a surgir, mas nada de mais, a nível de desconforto. Novo exame sugerido e por nós autorizado, e percebemos que o comprimido vaginal, não tinha dissolvido. Foi então sugerido o descolamento de membranas (o tal toque maldoso) ao qual acedemos devidamente conscientes e informados de todo o processo. Após essa intervenção tudo mudou e as contracções começaram a surgir de forma mais regulares e as dores começaram finalmente a aparecer. Graças à mobilização na bola de pilates e as massagens e carinhos por parte do maridão tudo ficou mais fácil de suportar.
As horas foram passando e a Andreia, que até nem gostava de gelatina, consolou-se!!Diz que as de morango, eram deliciosas.😉
Por volta da 6h e já com o catéter epidural colocado, a bolsa de água rompeu, e a partir daí tudo ficou mais rápido e doloroso.
08h da manhã e nova mudança de turno. Despedimo-nos da Enf. Élia e recebemos mais um “anjo na terra”. Desta vez, a Enf Anita, pessoa de voz serena e cara simpática que nos deixou super descontraídos e calmos para o momento exigente que se aproximava. Estava quase a acontecer.
10h da manhã, as contracções começam a ser cada vez mais fortes e começa a vontade de puxar.
Já com a Enf. Anita a 100% no nosso cantinho entre puxa e respira, as palavras meigas e de incentivo da Enfª foram tornando tudo mais fácil de suporta. As contrações vinham e iam e com elas os puxos. Passados 50 minutos, a exaustão instalou-se. “ Eu não consigo mais, já não aguento”. Perante isto, a Enfª Anita pede à Andreia que adote outra posição em que se sinta mais confortável, e sugere, pé direito no fundo da cama e pé esquerdo no ombro da Anita (sim! é verdade, pé no ombro da Enfª , que se pôs completamente à disposição da Andreia. Não vos consigo explicar o que para nós isso representou).
Naquele momento era a posição mais confortável para puxar e passado pouco tempo logo se começou a ver a pequena cabecita do nosso Simão. “ Pedro anda ver!!” , “Andreia queres ver também? Alguém que arranje um espelho” e logo o espelho apareceu. Foi um momento mágico que fez com que as forças da Andreia reaparecessem. Só faltava mais um bocadinho!!
Ainda houve tempo para uma brincadeira, “ Anita a mãe diz que vai ter cabelo aos caracóis, consegues ver???” E foi a gargalhada que faltava.
Nova mudança de posição, palmas dos pés juntas e mãos a amarrar os pés e foi assim que tudo aconteceu, eram 11h28 e o nosso Simão veio ao mundo, 3,5kg e 50cm de gente que nos encheu de amor e emoção. 💕
Este momento e fotografia da placenta, ficará para sempre nas nossas memórias.
Aguardamos que fossem feitos todos os restantes cuidados à mãe e ainda em pele a pele começou também a primeira mamada do pequeno Simão.
Tudo o que foi feito à mãe e ao Simão após o seu nascimento, foi feito na maior das calmas, serenidade, descontração e sempre em conversa agradável com a Enf Anita.
Foi tudo tão bom que éramos capazes de engravidar já novamente só para poder passar por estes momentos outra vez.
Tivemos no bloco mais 2h até que passamos para o internamento onde vivemos também muito bons momentos, descansamos o possível e aguardamos o grande momento que iria acontecer nessa mesma tarde, o encontro entre irmãos.
A tarde chegou e o tão esperado momento, também. O Martim entrou no quarto todo entusiasmado, sorriso rasgado no rosto e já com o Simão no colo disse, “ oh é tão fofinho"!
Foi um dia repleto de emoções que sentimos que passou tão rápido.
Antes de virmos embora conseguimos estar com a Enf Élia e agradecer tudo o que fizeram por nós.
Mas queríamos aproveitar este relato para agradecer a toda a equipe de Obstetrícia, desde médicos , enfermeiras e auxiliares que estiveram connosco nestes dias.
Obrigado por existirem e por favor, nunca mudem a vossa maneira de ser e de cuidar de todos nós no nascimento dos nossos filhos.
Conclusão, viemos à procura do vale encantado para parir e aqui o encontramos, o vale, as fadas e muito mais…
OBRIGADO! pelo Parto consciente, Informado e Respeitado que nos proporcionaram!Agora sim, uma experiência perfeita 😊
Ass.: Andreia e Pedro"